Páginas

sábado, 23 de abril de 2011

ANGRA - Aqua

Olá, pessoal. Nessa postagem vou falar um pouco do mais recente lançamento da banda paulistana Angra. Para qualquer fã de Heavy Metal o Angra dispensa apresentações, mas para os que não acompanham tanto o estilo, essa banda paulistana formada em 1991 lançou em sua carreira até o momento sete álbuns de estúdio, além de um DVD, dois álbuns ao vivo, quatro demos e quatro EPs. A banda já esteve em varias turnês fazendo shows pela Europa em países como Itália, França, Espanha, Suiça, Bélgica, Alemanha, Portugal, Grécia, Suécia, além de shows em vários países da América do Sul e shows na Ásia e América do Norte.

O Angra é reconhecido em todo o mundo e é considerada uma das maiores bandas do Metal Melódico, estilo que ajudou a expandir  pelo mundo e também uma das mais importantes bandas da história do rock nacional. Angra se tornou conhecida pela mistura unica de Heavy Metal com Música Erudita e com a brasilidade usando ritmos regionais brasileiros (que causou grande influência, hoje observamos várias bandas trazendo essa brasilidade) e pelo alto nível técnico instrumental. A banda teve uma formação de 1993 até 2000, então por vários problemas saíram da banda Andre Matos (Vocal), Luis Mariutti (Baixo) e Ricardo Confessori (Bateria). Os guitarristas Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro reformularam a banda com a entrada de Edu Falaschi (vocal), Felipe Andreoli (baixo) e Aquiles Priester (bateria) e essa formação durou de 2000 até 2008, quando o baterista Aquiles saiu da banda. Em 2009 Ricardo Confessori voltou a ser o baterista da banda. Bom, vamos falar um pouco do último cd do Angra chamado “Aqua” que traduzido do latim para o português significa Água. Em 2011 o grupo está completando 20 anos de existência e em breve muitas novidades devem ser anunciadas (como a gravação de um novo DVD) e a banda tocará no Rock In Rio esse ano também.

Capa do álbum “Aqua”
Faixas:
1 – Viderunt Te Aquae
2 – Arising Thunder
3 – Awake from Darkness
4 – Lease of Life
5 – The Rage of the Waters
6 – Spirit of The Air
7 – Hollow
8 – A Monster in Her Eyes
9 – Weakness of a Man
10 – Ashes
11 – Lease of life (remixed version)
Lançamento: 2010
Gravadora: Produzido pela banda e distribuído pela JVC e SPV

O álbum é baseado na obra “A Tempestade” de William Shakespeare que narra à trama de Próspero, ex-duque de Milão, um sábio amante da arte da magia negra. Próspero é traído por seu irmão Antonio que queria tomar seu lugar, Antonio é ajudado por outros nobres a dar um golpe em seu irmão e após o golpe abandonam Próspero e sua filha Miranda em uma ilha deserta, que é o cenário da obra. Anos depois uma comitiva real que passava perto dessa ilha era uma comitiva que levava esses mesmos nobres que traíram Próspero, então o ex duque usando suas artes negras cria uma grande tempestade que abate os navios reais e as águas fazem com que os tripulantes sejam trazidos para essa ilha, onde Próspero planeja terminar sua vingança. Porém, como de costume nas obras de Shakespeare o amor irá se por contra a vingança e a filha de Próspero apaixona-se se pelo filho do rei de Nápoles, o resto da trama você descobre lendo a obra e também ouvindo o álbum. O álbum é bem diferente dos seus antecessores, não é tão técnico como "Temple of Shadows" e "Aurora Consurgens" e também é bem mais leve.

A primeira faixa é uma intro instrumental que ambienta o ouvinte no clima do álbum. Em seguida temos Arising Thunder, um tradicional Speed Metal veloz e furioso com destaque para o guitarrista Kiko Loureiro. Awake from Darkness começa com um riff criativo e tem como um dos destaques o baterista Ricardo Confessori com uma pegada étnica na bateria com batidas que lembra o baião, inclusive essa parte étnica é uma especialidade do baterista. O trabalho dos guitarristas Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt também é excepcional e ainda há de se destacar um solo com piano e violino no meio da música antes do solo de guitarra. Lease of Life (que foi escolhida como clipe... odeio essa idéia de colocar as baladas para ser o clipe rsrs) é uma balada bem leve, simples e diferente de todas as baladas da banda e acaba sendo bem diferente do que se escuta geralmente num álbum de Heavy Metal, indo bem pro pop. The Rage of The Waters também tem uma pegada étnica com ritmos do nordeste do país fundido a um som mais próximo do heavy tradicional com destaque para o solo de baixo de Felipe Andreoli.

Spirit of the Air é mais cadenciada e leve (algo comum na segunda parte do álbum) e começa com uma levada espanhola e alterna entre momentos de peso e cadencia com uma bela melodia. Ainda há destaques para um coral bem épico antes do solo e os vocais de Edu são cheios de feeling nessa música. Hollow começa com um típico riff de Thrash Metal com uma paulada no começo, mas que depois se torna bem limpa com um ótimo solo de guitarra. A Monster in Her Eyes tem seu trunfo na interpretação de Edu Falaschi que vai de um momento bem calmo no inicio para momentos bem agressivos ao longo da faixa. Weakness of a Man é mais uma com uma pegada étnica com uma intro no berimbau e que vai por um lado bem pop, assim como em Lease of Life, a banda ousou andar por um caminho bem diferente para o Heavy Metal, mas longe de tornar o álbum “menos heavy metal” antes que os fãs xiitas se revelem. Para fechar o álbum vem Ashes com um teclado soturno e com uma magnífica interpretação do vocalista Eduardo Falaschi (de maneira que poucas vezes escutei na minha vida) que contribui em muito para dar o clima sombrio da música. Há nessa faixa participação especial da cantora Débora Reis.

Alguns podem dizer que “Aqua” tem muitos momentos cadenciados e que faltou peso a partir da segunda metade do álbum e não discordo disso. Mas é claro que para fazer a releitura dessa obra de Shakespeare à banda não podia continuar com o peso que tinha apresentado nos dois últimos álbuns, pois se a banda deixasse fluir todo o peso apresentado, por exemplo, em “Aurora Consurgens” perderia todo o clima que liga o álbum a obra e não faria sentido algum. O Angra retratou de forma impecável, como pouquíssimos fariam, essa obra em seu álbum, que é bastante variado e difícil de atribuir qualquer rótulo. Tudo encaixa bem, os momentos progresivos, os momentos de fúria e velocidade, os momentos cadenciados, as pegadas étnicas... O ambiente criado é perfeito e tudo flui como água (infame trocadilho hehe)!





Site da banda: http://www.angra.net/

Formação atual:
Eduardo Falaschi – Vocal
Rafael Bittencourt – Guitarra
Kiko Loureiro – Guitarra
Felipe Andreoli – Baixo
Ricardo Confessori – Bateria

Nenhum comentário: