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sábado, 24 de dezembro de 2011

CANGAÇO - Positivo

A banda Cangaço começou suas atividades no final de 2009 na cidade de Recife em Pernambuco. A proposta da banda é mesclar o Death Metal com elementos musicais regionais com grande influência de ritmos nordestinos de nomes como Fred Andrade, Sivuca e Luciano Magno.

Já em 2010 a banda se apresentou em vários festivais locais e sagrou se a vencedora da Wacken Metal Battle Brasil 2010, assim indo representar o Brasil no festival Wacken Open Air na Alemanha, considerado o maior festival europeu de Heavy Metal.  A banda já lançou duas demos, “Cangaço” e “Parabelo” e agora em 2011 lançou seu primeiro EP chamado “Positivo’’. Alguns meses atrás trouxe a resenha da demo “Parabelo” e tinha ficado de trazer logo a do EP “Positivo”, demorou, mas antes tarde do que nunca.

Capa
Faixas:
1 – Positivo
2 – The Second Hour
3 – Sete Orelhas
4 – Al Rasif
5 – Deserto do Real
Lançamento: 2011
Gravadora: Independente

Logo de cara a surpresa que temos é que quatro das cinco faixas do EP são cantadas em português, uma surpresa se formos considerar que nas demos anteriores as músicas eram em inglês. Falando do som do Cangaço, tente imaginar uma mistura de Morbid Angel com Sivuca e Zé Ramalho... Minha imaginação pouco fértil não seria capaz disso, mas é mais ou menos isso que faz o Cangaço. Para os que dizem que muitas bandas se tornam cópias de outras, está aí uma de som diferenciado com a fusão da música regional nordestina e o death metal.

Positivo é a primeira faixa, com várias mudanças de andamento e uma pegada agressiva e técnica que já é característica da banda. Todas as suas mudanças soam de forma natural e os riffs com influências regionais também não são forçados e se encaixam perfeitamente na música, grande trabalho de Rafael Cadena na guitarra. A faixa também apresenta o refrão mais grudento do EP. The Second Hour é a única cantada em inglês e segue uma veia mais tradicional até cerca de sua metade. Nota se nas partes iniciais, no fim da introdução o violão junto da guitarra distorcida que dá uma sensação única. A música prossegue com a cozinha mostrando que não está para brincadeira e vocais eficientes. Chegando a metade da faixa há a parte acústica com o violão carregado de regionalismos. Nesta faixa também fica evidente o grande trabalho de Rafael Cadena.

Sete Orelhas é a faixa seguinte e agora o baterista André Lira também traz uma pegada mais regional, em alguns momentos bem percussivas. O baixo de Magno Lima consegue se destacar mais que nas faixas anteriores com linhas muito bem colocadas e não ficando somente no básico, vale ressaltar também a letra da faixa bastante regional (já apartir do nome) e muito bem bolada. Al Rasif é a mais complexa instrumentalmente falando flertando com o progressivo. Outra letra ácida e mais um belo desempenho de André Lira na bateria. Deserto do Real fecha o EP em grande estilo. A faixa apresenta as melhores linhas vocais do trabalho, tanto as simples por Magno Lima, como as em dueto por Magno e Rafael. Uma letra mais “cabeça” e com ares filosóficos sem deixar de ser regionalista também engrandece a música.






Nota se a evolução do Cangaço em relação a seus trabalhos anteriores tanto musicalmente como na produção do EP que não é tão “seca” como nas demos. Uma banda que busca criar uma identidade única, altamente técnica e talentosa que tem tudo para se tornar uma das principais bandas do estilo no país nos próximos anos. Se tivesse de apostar em um nome que futuramente será grande, apostaria no Cangaço.

Formação:
Magno Lima (baixo e vocal)
Rafael Cadena (guitarra e vocal)
André Lira (bateria)


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