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terça-feira, 19 de julho de 2011

SEPULTURA - Kairos

Vou postar hoje sobre a banda Sepultura que é a maior banda brasileira de Heavy Metal e também o grupo musical brasileiro mais conhecido no exterior, tendo ganhado vários discos de ouro e platina em países como França, Indonésia, Austrália, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra. O Sepultura foi formado em 1983 pelos irmãos Max e Igor Cavalera quando chamaram para integrar a banda Paulo Xisto e Jairo. Em 1985 a banda realizou seu primeiro lançamento chamado “Bestial Devastation” em um álbum que foi dividido com a banda Overdose. Em 1986 a banda lança o álbum “Morbid Visions”, no mesmo ano o guitarrista Jairo deixa a banda e é substituído por Andreas Kisser.

Em 1987 o Sepultura lança “Schizophrenia”, o primeiro álbum com Andreas e o último com a gravadora Cogumelo. Este álbum vendeu mais de 10.000 copias nas primeiras semanas e rendeu um contrato com uma gravadora norte americana para a banda. Em 89 a banda assina contrato com a gravadora Roadrunner Records por sete anos, um longo contrato com uma grande gravadora norte americana. Neste ano a banda lançou “Beneath the Remains” que foi considerado um dos melhores do ano e resultou nos primeiros shows fora do Brasil, inclusive no festival Dynamo Open Air para mais de 26.000 pessoas na Ucrânia.

Em 1991 após ter tocado no Rock In Rio II a banda lançou “Arise” que é considerado por muitos fãs como o melhor da banda. Em 1993 foi a vez de “Chaos A.D.” que marca a entrada de influencias tribais no som do Sepultura. Em 1996 lançaram “Roots” e a veia tribal aflorou de vez com as batidas tribais e a percussão. Ainda há duas músicas no álbum gravadas com os índios Xavantes do Mato Grosso. Após tocar em festivais como o Ozzfest, no final do ano Max Cavalera decide deixar a banda. Os outros membros demitiram Gloria Cavalera do posto de empresaria da banda por estar favorecendo seu marido Max, que com isso se sente traído e decidi seguir seu rumo sem a banda.O norte americano Derrick Green se tornou o novo vocalista da banda. A banda seguiu e lançou os álbuns “Against” em 1998, “Nation” em 2001, “Roorback” em 2003. Estes álbuns marcaram uma influencia do Hardcore no som da banda. Em 2006 lançaram “Dante XXI” baseado na obra “A Divina Comédia” de Dante Alighieri. No mesmo ano o baterista Igor Cavalera deixa a banda e é substituído por Jean Dolabella. Em 2009 o lançamento foi o “A-lex” baseado na obra “A Laranja Mecanica” de Anthony Burgess. Agora em 2011 a banda lançou o álbum “Kairos”, é sobre ele que irei comentar.

Capa do álbum “Kairos”
Faixas:
1 – Spectrum
2 – Kairos
3 – Relentless
4 – 2011
5 – Just One Fix
6 – Dialog
7 – Mask
8 – 1433
9 – Seethe
10 – Born Strong
11 – Embrace The Storm
12 – 5772
13 – No One Will Stand
14 – Structure Violence (Azzes)
Lançamento: 2011
Gravadora: Nuclear Blast

Kairos é uma palavra de origem grega, é o deus do tempo e das estações, filho de Chronos. O termo Kairos é usado na filosofia grega como a experiência do momento oportuno, a oportunidade. Kairos seria o tempo em potencial, um tempo não cronológico. Com essa idéia de momento certo e oportuno o Sepultura concebeu o conceito de seu novo álbum lançado pela gravadora Nuclear Blast. O álbum conta a história do próprio Sepultura e seus momentos kairos. Se o Sepultura vinha dos álbuns “Dante XXI” baseado na obra “A Divina Comédia” de Dante Alighieri e o álbum “A-lex” baseado na obra “A Laranja Mecânica” de Anthony Burgess, desta vez a inspiração da banda é a sua própria história.

Spectrum é a primeira faixa de Kairos, iniciando o álbum com uma música um tanto cadenciada e bastante simples, sem muitos atrativos para meus ouvidos, exceto pelo vocal de Derrick que se mantém muito bom em toda a faixa. Kairos é a segunda faixa, um pouco mais veloz que a anterior é onde de fato as coisas começam a ficar legais. Derrick urrando cada vez mais e alguns criativos riffs de Andreas Kisser elevam a música para um ponto mais alto que sua antecessora. A faixa seguinte é Relentless que mais veloz e pesada que as faixas já citadas e com muito groove, nos apresenta um Thrash Metal moderno. Um ótimo solo de Kisser e os impecáveis vocais de Derrick também são de se destacar. 2011 é uma espécie de vinheta para a faixa seguinte que é Just One Fix, um cover da banda Ministry. Como não conheço a banda e nem a música, não tenho o que comentar sobre a versão do Sepultura.

Dialog tem algumas partes faladas pelo vocalista, uma pegada empolgante e um bom refrão. Derrick continua de forma impecável nos vocais e Kisser mais uma vez nos presenteia com um ótimo solo de guitarra. Mask é mais pesada que todas as faixas anteriores e uma das melhores do disco. Cozinha entrosada e pesada dando um impecável suporte para Kisser disparar seus riffs. Kisser ainda faz mais um bom solo e Derrick se mantém muito bem nesta que é uma ótima faixa que há tempos não escutava o Sepultura fazer algo do tipo. 1433 é mais uma vinheta que precede a faixa Seethe que leva o peso e a velocidade lá em cima. Boa pegada, riffs certeiros, bateria eficiente, mais uma ótima faixa. Born Strong tem como destaque o baterista Jean Dolabella que literalmente espanca sua bateria, porém a faixa não me agradou muito.

Embrace The Storm não traz nada de novo para o álbum, segue na linha de suas antecessoras e tem como destaque Jean Dolabella e Derrick Green. 5772 é mais uma das vinhetas que sinceramente não acrescentam em nada ao álbum. No One Will Stand é a faixa mais Thrash do álbum e para os fãs mais saudosistas será bem atrativa. Derrick se mantém impecável, bateria quebrando tudo e Kisser com riffs certeiros, uma boa música. Structure Violence(Azzes) é a faixa final, se a anterior foi a mais thrash, esta é a mais experimental. Há na faixa participação do grupo percussivo francês “Les Tambours Du Bronx”, trazendo de volta a veia experimental do Sepultura dos últimos anos.






Se a primeira metade de Kairos não empolga tanto, a partir da faixa Dialog as coisas melhoram e muito. Os destaques do álbum são sem dúvidas o vocalista Derrick Green e o guitarrista Andreas Kisser, álbum este que poderia ter ficado sem as desnecessárias vinhetas. Para mim o melhor álbum do Sepultura após a saída de Max Cavalera, uma redenção após o péssimo A-lex.

Site do Fan Club: http://sepultura.tanlup.com/

Formação:
Derrick Green - Vocal
Andreas Kisser - Guitarra
Paulo Xisto - Baixo
Jean Dolabella - Bateria

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