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quinta-feira, 14 de abril de 2011

IMAGO MORTIS - Vida: The Play of Change

Finalmente uma banda do Rio de Janeiro para alegria de quem disse que eu era anti o Rio de Janeiro rsrs. Brincadeiras à parte, a Imago Mortis é uma banda de Doom Metal formada no Rio de Janeiro em 1995. Seus temas líricos são focados e inspirados pela morte e pela filosofia existencialista, a idéia central da banda é que o caminho para dar um sentido à vida é compreender a mortalidade do homem. “Imago Mortis” é uma expressão em latim que seria algo como “Imagem da Morte”.

O primeiro álbum dos cariocas foi “Images from the Shady Gallery” que foi bem recebido pela critica especializada. Em 2002 o grupo lançou “Vida – The Play of Change” que consolidou a banda como uma das melhores do país na época. No ano de 2006 veio o álbum “Transcendental” que até o momento é o último da banda. Devido a uma série de problemas a banda parou suas atividades logo após o lançamento do álbum. Agora em 2011 a banda voltou suas atividades e novidades estão por vir. Vamos a resenha do álbum que é considerado por muitos o melhor da banda, “Vida – The Play of Change”.

Capa do álbum “Vida – The Play of Change”
Faixas:
1 – Long River
2 – Central Hospital
3 – Three Parchae
4 – Pain
5 – Envy
6 – Me and God
7 – The Silent King
8 – Insomnia
9 – Terminal Christ
10 – Unchained Prometheus
11 – Saudade
Lançamento: 2002
Gravadora: Die Hard Records

No álbum anterior a Imago Mortis explorou em seus temas líricos o lado escuro da mente, refletindo sobre as ligações amor-morte, religião-morte e arte-morte. Vida é um álbum conceitual e vai ainda mais fundo, o álbum conta a história de uma pessoa que sofre de VIDA, uma doença terminal e sem cura. Cada música conta um passo da história, do estado da pessoa que leva o encontro dessa pessoa com a morte. Os membros da banda disseram que para elaborar este conceito fizeram muitas pesquisas sobre estudos realizados com doentes terminais e com obras filosóficas sobre o tema. Além disso, visitaram hospitais para ter contato com médicos e pacientes terminais.

Long River abre o álbum com uma boa melodia e riffs cortantes. Os backing vocals bastantes presentes na música dão um toque especial. O vocal de Alex se encaixou muito bem na música e a bateria tem uma boa pegada. Central Hospital é a faixa seguinte, onde a maior parte só há voz e piano. Os efeitos da música nos levam a imaginar estar sozinhos num hospital. Por volta da metade da faixa os riffs de guitarra vão adicionando peso a música. Uma ótima música onde o personagem (chamado como ME) acorda e percebe que está num hospital. Three Parchae tem um ótimo instrumental com destaque para a guitarra distorcida de Fabrício Lopes. O piano de Alex Guimarães também marca presença e o maior destaque da música é Alex Voorhees que interpreta o personagem de maneira magnífica, passando ao ouvinte todo o desespero e desolação do personagem ao receber a notícia que está morrendo. Pain é a mais agressiva e rápida do álbum, os vocais são mais gritados e urrados que passam toda a dor do personagem que clama por anestésicos. Destaques para o baixo e a bateria que deixam a música com uma ótima levada, e o piano que em um momento da música surge em meio à fúria dando um toque bem psicopata rsrsrs. Envy é mais uma faixa pesada com influencia da música clássica tirada de Toccata And Fugue In D Minor de Bach. Nesta faixa impossível não destacar o baterista André Delacroix com muita técnica e varias variações, a música mais complexa do álbum. A letra é uma das mais fortes e tensas do álbum, fala da inveja do doente ao ver pela janela do hospital as outras pessoas, a felicidade delas o faz ficar ainda pior.

Me and God é uma balada onde marcam presença os violões. Tem uma melodia agradável na guitarra e no violão, além de um ótimo solo. Ainda se destacam o vocal limpo de Alex e as linhas de teclado. Aqui o personagem já em total desespero tenta apelar para Deus, rezando e pedindo perdão em troca de prolongar sua vida. The Silent King tem uma sonoridade mais rock’n roll, onde o personagem já está cansado e começa a sonhar com o diabo (o rei silencioso). A música tem bons solos de guitarra e uma cozinha muito entrosada. Os vocais são um pouco mais rasgados. Insomnia é bem climática, inicia com um longo e inspirado solo de guitarra. As linhas de teclado junto ao andamento da música e os sussurros ao fundo dão um ar bastante melancólico à música onde o personagem passa a noite, sua última noite refletindo sobre a morte. No fim a música ganha em peso, e o vocal de Alex merece destaque pela interpretação. Terminal Christ segue com o clima da anterior e o personagem desiste de vez da vida e também marca a morte do personagem. Os destaques são o baterista André Delacroix e o guitarrista Fabrício Lopes, além do teclado que preenche muito bem a música. Unchained Prometheus é uma música instrumental no piano de Alex Guimarães, bem melancólica, simula o funeral do personagem. Saudade finaliza o álbum, segundo a banda é versada em português pelo fato da palavra só existir no português. A música é cantada por Fabrício Lopes e levada no violão e simboliza os bons momentos e boas recordações que temos das pessoas queridas.

Um trabalho magnífico da Imago Mortis, que não á toa foi considerado um dos melhores trabalhos do metal nacional quando foi lançado.






Formação no álbum:
Alex Voorhees – Vocal
Fabrício Lopes – Guitarra e Backing Vocal
Fabrício Barretto – Baixo e Backing Vocal
Alex Guimarães – Teclado, Órgão, Hammond e Backing Vocal
André Delacroix – Bateria

Formação atual:
Alex Voorhees – Vocal
Rafael Rassan - Guitarra
Marcelo Val - Baixo
Marcos Ceia - Teclado
André Delacroix - Bateria

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